Em Fortaleza Digital Brown mergulha no intrigante universo
dos serviços de informação e ambienta sua história na ultrassecreta e
multibilionária NSA, a Agência de Segurança Nacional americana, mais poderosa
que a CIA ou qualquer outra organização de inteligência do mundo. Quando o
supercomputador da NSA, até então considerado uma arma invencível para
decodificar mensagens terroristas transmitidas pela Internet, se depara com um
novo código que não pode ser quebrado, a agência recorre à sua mais brilhante criptógrafa,
a bela matemática Susan Fletcher. Presa numa teia de segredos e mentiras, sem
saber em quem confiar, Susan precisa encontrar a chave do engenhoso código para
evitar o maior desastre da história da inteligência americana e para salvar sua
vida e a do homem que ama.
dela. Fez fortuna, alguns livros incríveis, outros nem tanto. Fortaleza Digital
se encontra entre os primeiros. Lançado em 1998 o livro inaugural do autor tem todos
os elementos que se tornaram sua marca registrada: uma história envolvente
misturando ficção com lugares reais e informações do tipo “não temos certeza se
é verdade!”
final de semana romântico será arruinado por conta de uma inesperada viagem de
trabalho do noivo. Logo em seguida, ela também é convocada para resolver um
problema de trabalho: chefe do setor de criptografia de uma agência que finge
não existir, Susan se depara com um código inquebrável, enquanto seu noivo
inicia uma caçada na Espanha atrás de um anel.
sim a relação madura como ele se desenvolve – a boa e velha simbiose entre
pessoas com conhecimentos distintos para resolver um problema. David Becker é
uma pausa na austeridade de Susan, e ao longo da narrativa ambos são uma fuga
mental de toda confusão que se metem, como uma volta para casa, um lugar seguro
para se estar depois que tudo terminar. O acionamento destas memórias ao final de um capítulo se torna um gatilho para avivar
as memórias do leitor sobre o outro personagem, tornando-se um recurso narrativo
para que o capítulo seguinte fale sobre o personagem citado.
presente, e também tem a cada capítulo ações em lugares distintos. Os cortes
na narrativa em seu momento de clímax estão presentes neste livro, e deixam o
leitor ansioso em maus lençóis – eu mesma confesso que nunca mais li um livro
do Brown na sequencia correta!
seriada, bem como a atenção dada aos personagens. Susan nos faz lembrar as
beldades descritas por Sidney Sheldon; seu noivo David poderia ser uma versão
mais jovial do próprio Robert Langdon (personagem mais famoso de Brown), e a
relação dos dois é convincente. Os novos personagens são inseridos quase como
se não fossem importantes, como aqueles figurantes que entram no filme só para
morrer; porém, aqui não se trata de figuração e sim de reviravoltas na trama. Sendo
uma empresa importante, a NSA abriga profissionais de diversas categorias e o
autor dá a eles seu momento na história.
enigmas, ainda que os apresentados neste livro sejam menos densos do que os expostos
em seus livros seguintes. Como o elemento chave é a criptografia, eu esperava
mais enigmas para resolver, (considerando os existentes em Código Da Vinci e em
Anjos e Demônios, por exemplo): alguns me surpreenderam, outros foram desnecessariamente
prolongados e debatidos quando eram óbvios demais.
existentes, Fortaleza Digital corre o risco de se tornar obsoleto por ter sido
detalhista demais na descrição de algumas tecnologias. Considerando que foi lançado
dois anos antes da virada do milênio, muitos dos recursos que para nós hoje
fazem parte do dia a dia, eram novidade naquela época. Um exemplo é o uso do
GPS: hoje presente em qualquer celular, mereceu um parágrafo considerável na
descrição dos objetos-ostentação de um
dos criptógrafos. Por outro lado, os questionamentos sobre segurança de dados e
privacidade das pessoas permanecem atuais. “Quem guardará os guardiões?”
ainda é uma pergunta sem resposta.
merece fazer parte da sua estante!