{Resenha} As Viagens de Gulliver


Título: As Viagens de Gulliver
Autor: Jonathan Swift
Editora: Martin Claret
Tradução: Luís Fernando Martins
ISBN: 9788572329637
Número de Páginas: 305
Ano: 2013
Classificação: 

As viagens de Gulliver é um clássico da literatura inglesa, escrito por Jonathan Swift em 1726. A narrativa de aventura conta as viagens de Lemuel Gulliver por países um tanto excêntricos, onde conhece culturas e povos jamais imagináveis. O que parece uma literatura inocente é uma reflexão categórica e simbólica da Inglaterra e mesmo da sociedade europeia do século XVIII. A narrativa de Jonathan Swift é notável, pois é leve e envolvente, tornando-a uma literatura atemporal.

Imagine se você tivesse a oportunidade de navegar pelos sete mares, trabalhando como marinheiro e médico, conhecendo lugares inacreditáveis, que fazem você duvidar de sua sanidade mental. Imagine passar anos perdido em uma ilha, com seres que você não sabe muito bem como categorizar. Imagine que mesmo com todos os naufrágios que sofreu, você ainda continua apaixonado pelo mar, pela navegação, pelas descobertas, e não consegue passar um ano sequer em terra firme. Imaginou? Lemuel Gulliver é assim, e sobreviveu a tudo isso e mais um pouco para contar a sua história para nós.

Lemuel Gulliver, desde os seus 14 anos, estudou navegação e medicina, navegar era o seu sonho, e o alcançou sendo cirurgião em navios. Mas algumas viagens não saíram como o esperado, e alguns naufrágios ocorreram, para a sorte de Gulliver (ou não). E como consequência desses pequenos acidentes, Lemuel conheceu terras antes desconhecidas por nós, meros humanos, mas habitadas por criaturas um tanto peculiares.

Em uma de suas viagens, no ano de 1699, rumo às Índias Orientais, o navio foi de encontro à um enorme rochedo, o inevitável aconteceu, mas Gulliver naufragou no país de Lilipute, infelizmente sem nenhum rastro de sobrevivência dos outros tripulantes. Ficou desacordado durante um tempo, e acabou sendo aprisionado pelos habitantes daquele local.

Lilipute, terra dos homens pequenos (quando eu digo pequeno, eu não quero dizer como um anão, eu quero dizer pequeno como um rato), mesmo assim, os liliputianos conseguiram amarrar Gulliver ao chão e transformar o rapaz em um prisioneiro. Depois de tirar todas as dúvidas sobre o ser humano gigante, e estabelecerem uma comunicação razoável, decidem tratar o estranho como um estrangeiro, e passam a cuidar de Lemuel.

Depois de muitas descobertas, Gulliver parte em direção a outras terras e conhece outros povos, alguns piores que os humanos, outros, melhores, sem sombra de dúvidas.

Muitas coisas estranhas e bizarras acontecem em suas viagens, mas Lemuel Gulliver percebe que todos as manias dos povos que ele conheceu, existiam também em sua terra natal, a Inglaterra. E o marinheiro passa a visualizar seus conterrâneos de uma forma totalmente diferente e até mesmo repugnante.

A leitura do livro chega a ser um pouco cansativa no início, os primeiros lugares que o protagonista visita não chegam a impressionar muito o leitor, pelo menos comigo foi assim, mas da metade do livro em diante, a narrativa se torna espetacular, o protagonista visita lugares realmente incríveis, e você passa a querer conhecer cada um deles, e nesses lugares você encontrará desde seres estúpidos até cavalos falantes inteligentes.

Se você ler a obra e parar para analisar além da ficção, conseguirá perceber uma clara ligação com a humanidade atual, mesmo o livro tendo sido escrito em 1726, pois a corrupção, a inteligência, o afeto, e o psicológico humano se encontram nas viagens e na mente de Gulliver.

Para quem é apaixonado por história, também é uma leitura muito válida, o livro retrata a sociedade inglesa da época de maneira bem peculiar e curiosa, você vai até querer pesquisar algumas coisas enquanto flui a leitura.

E As Viagens de Gulliver é, sem dúvida, um dos clássicos mundiais que todos deveriam ler, se não está na sua lista de livros para ler antes de morrer, pode colocá-lo.

Recomendo sem medidas, e mesmo que o início pareça cansativo, persista, pois garanto que a leitura valerá a pena.

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